sim eu morto
agora
de vontade minha
morto de querer morrer mesmo
de entreguei
de fardo cansado
de ais 
de cheio fim 
só grão morto nasce novo escreveu
então morri
pra ver  se sol girava
gira sol
gira eu
seu girassol


então é
morri sepulcrei
lá
terra não
água
uma sepulcura dágua
fiquei
lá embaixo fiquei
vendo justiça girar
e me raiar
isso foi antes
menino


mas esqueci
não sei perdido
de rebelião meu peito afogou

esqueci o inesquecível

quis voltei à vida

vida de antes de morto
de antes de sol raiar
de morto  primeiroriginal
antes da morte dágua
marchei à vida mais morta que morte de sol
morri então pela terceira vez


fiquei lá
sem sol
sem vento
sem 
a gotejar meus olhos
fiz muito frio
muito
aqui


então foi
que o sol está acendendo
dentro agora
já viu osso crescendo carnemúsculotendão?
então
olha e vê
olha
vê  
?


eles não vêem ainda
velam
como se eu o outro
o morto primeiro
ainda  que sendo
não sou
coisas da eternidade
eu este agora
este
desvelado
ressurreto
de carne mas espiritual
morto sim
mas morto de sol
de vento
e grossa chuva
de aurora
de cruz
e túmulo até
mas vazio
o túmulo


agora eu folha
eu vento
não saber onde fui
ir

22032011

a tua graça
a tua graça me basta
Senhor
e transborda em mim
um novo tempo
novo cântico
esperança fresca
encharcado dela
embebido em tua santidade
desejo meu


em nossa hora íntima
meus olhos vislumbram
como os teus
e me aquieto um pouco 
nessa paz que és tu


estende e esparrame-se
meu Senhor
pelo restante das horas
são tuas
Deus meu e Senhor meu

em Tua presença
escorro
chovo
degelo
e me entrego
rego
Teus pés
com minha adoração
e Seu amor
me inunda
muda
transborda
exagera 
gera em mim
o sonho
de que Seu Filho
seja coroado
com minha língua








 "... e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra." Apocalipse 5:9-10

a Tua graça

cocegueia me
o céu da boca

e quando perguntarem
sobre quem eu sou


diga que sim
sim, eu sou aquele
sou aquele que já esteve 
nos lugares altos montes
asas, sim
sim. eu já voei também

imaginação?

não.

eu sei. 

eu sei 

ao sopro do vento

ou era uma brisa

eu dancei

eu sei.

sim. eu sou aquele

e eu também sou aquele
sou aquele que caiu
sete anos
no colo
do príncipe deste século
me tratou com honras
me falou seu nome
me deitou na sua cama
de vinho
eu sou aquele que se embriagou
do seu vinho
que caiu
é. eu também sou aquele.




mas eu sou este.
este principalmente.
sim, eu sou este.
este que foi caçado
alcançado pela graça
pela misericórdia e favor
divinos
que tropegamente tenta
achar o caminho de volta
mais cansado
mais ferido
mais triste também
sim, eu sou este


e quando perguntarem
sobre quem eu sou
diga que sim
sim, eu sou aquele
e aquele
e este
eu também sou este
agora
um bêbado equilibrista
tropeçando ainda
cambaleio
o passo meio frouxo
eu sou este
que está voltando pra Casa.






Por isso daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos desse modo. Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." II Coríntios 5: 16,17

(para mim mesmo e 

para minha irmã. natália, 

que faz perguntas desconcertantes,

que quase nunca respondo.

por orgulho, por medo, porque dói.)

tudo muda
tudo muda tãotão depressa
nessas montanhasvales
des-liso asperezas
escorregoador
morro abaixo
soterrome.

estreito é o caminho
e pequenina a porta
que me leva
aos largos braços
daquele que é tudo em todos
desde e para sempre

uma oração emprestada

em teu jardim eu estarei
na viração do dia
esperando por ti, senhor
lá estarei, não fugirei
pois no sangue me lavei
no sangue do cordeiro


eu ouvirei a sua voz
e me achegarei a ti
com meus lábios te beijarei
e segurando a tua mão
contigo eu andarei
sobre as pedras de fogo


no jardim ouço o som do senhor
onde estás? ele pergunta a mim
aqui estou
esperando por ti
pois no sangue me lavei 
no sangue do cordeiro


onde estás?
senhor, aqui estou
vem comigo
sim, dá-me tua mão
junto a ti, senhor, tudo parece voar
e quando o dia terminar 
estarei em teu jardim
esperando por ti


em seu jardim eu estarei 
na viração do dia
dia após dia
lá estarei, não fugirei
pois no sangue eu me lavei
no sangue do cordeiro


eu ouvirei a sua voz
e me achegarei a ti
com meus lábios te beijarei
e segurando a tua mão
contigo eu andarei 
sobre as pedras de fogo

no jardim ouço o som do senhor

onde estás? ele pergunta a mim

aqui estou esperando por ti

pois no sangue me lavei 

no sangue do cordeiro

onde estás?

senhor, aqui estou

vem comigo

sim, dá-me tua mão

junto a ti, senhor, tudo parece voar

contigo andarei sobre as pedras de fogo

Amado meu

(em teu jardim, santa geração)

cristo crucificado eu 

reconciliado

louça suja e champagne

como alguém que já partiu

ele me olha

e não me vê mais

aqui
entregou-me
aDeus

este meunosso parto

enche os olhos

a voz suave

não quer perturbar
o pouco que ainda nos resta.

(para ele, que é e será sempre.

wagner antônio)