O BRASIL NÃO CONHECE O BRASIL
Ás vezes uma aula é marcante pelo
impacto positivo que ela é capaz de deixar. Outras vezes não. Mesmo assim, uma aula
ruim também pode ensinar coisas
importantes, como por exemplo motivar o aluno a pesquisar um assunto visto em
sala de aula de modo insuficiente ou ainda instigar uma investigação que amplie ou que se
contraponha ao estudado na escola.
Ouvir uma professora dentro de uma
instituição de ensino de artes justificar que o ponto de partida para o estudo
sobre História da Educação no Brasil seria os jesuítas, porque “não existe
registro sobre Educação antes do descobrimento do Brasil”, me deixou tão
consternado e indignado que, em uma rápida pesquisa na internet mesmo, me
inspirei para a criação da nuvem de palavras (acima) e alguns documentários sobre como se aprende e
como se ensina entre os povos originários (abaixo).
Esse tipo de afirmação é tão
absurdamente vergonhosa e tão cheia de camadas: uma professora |
dentro de uma instituição de ensino de
artes | num curso de Licenciatura em Teatro me fez pensar quão profundas são as
raízes dos processos de colonização que constituem esse país, quão precária é a
formação acadêmica e humana dos professores de artes e que (pers)existe uma
preguiça intelectual contra tudo aquilo que não é branco e euro referenciado.
Esse registro é um desabafo e é também
um lembrete para o futuro: para que eu me lembre de não esquecer.
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A Última Floresta" (2021, de Luiz Bolognesi)
Retrata a vida do povo Yanomami, destacando sua relação com a oralidade e os conhecimentos passados entre gerações.
"Índio Cidadão?" (2022, de Rodrigo Siqueira
Mostra como os povos indígenas conciliam seus saberes ancestrais com o ensino formal.
"Piripkura" (2017, de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge)
Acompanha os últimos membros de um grupo indígena isolado, revelando sua relação com o conhecimento tradicional.
. "Terra Vermelha" (2008, de Marco Bechis)
Mostra a luta dos Guarani-Kaiowá e sua resistência cultural, incluindo aspectos da transmissão do conhecimento.
"Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos" (2018, de João Salaviza e Renée Nader Messora
Retrata a relação dos indígenas com seus ritos e ensinamentos espirituais.
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